sexta-feira, 2 de março de 2007

O herói da rodada


Está no Garamblog, o blog do Sidney Garambone* : (http://globoesporte.globo.com/ESP/Home/0,,6190,00.html)


EMERSON, O HERÓI DA RODADA

Seria fácil e óbvio postar hoje os seguintes temas:

- Muitos vão reclamar que o Fast era fraco, mas e os outros 990 gols, sempre foram contra times ruins?

- Joel não deve se iludir. O Adesg também é muito frágil.

- E o Pirambu? O Corinthians vai se impor como os primos Flu e Vasco?

- O atual São Paulo mostra que é tão forte quanto os times dos últimos dois anos.

- O Cruzeiro poupou forças ou realmente foi um sufoco superar o Veranópolis?

- Versos, poesias e poemas sobre Pato, a nova coqueluche do Brasil.

Nada disso. Sejamos do contra. Alguém tem que ser. Abaixo o pensamento único. O post vai homenagear Emerson. Não o Fittipaldi. Não o cabeça-de-área acusado de Brucutu. E nem o parceiro de Lake & Palmer. Muito menos o criador do blog
www.olharcronicoesportivo.blogspot.com/

O Emerson que merece nossos aplausos é zagueiro do Treze de Campina Grande. Ele foi o herói da rodada. Esqueçam Pato, novo ídolo de um time redondinho e bem pago. Esqueçam Romário, devidamente assessorado pelo time e pelo técnico cruzmaltino. Esqueçam Alex Silva, peça de um time azeitado e bem treinado por Muricy Ramalho.

O nosso Emerson fez ontem um povo feliz. O povo de Campina Grande. Paraibanos saudosos de uma época onde Botafogo-PB e Treze integravam a elite do futebol brasileiro. Não venciam títulos relevantes. Mas participavam com orgulho das competições nacionais. Veio o darwinismo esportivo, o neoliberalismo e a dupla caiu no limbo.

Mas a Copa do Brasil é a esperança curta de dias melhores. Furtivos, mas melhores.

Treze e Vilhavelhense, do Espírito Santo, travaram um duelo épico na terra da festa junina mais animada do Brasil. O time capixaba podia perder por um gol de diferença e, no primeiro minuto de jogo, fez 1 x 0. Tristeza e lamento nordestinos.

Mas Emerson abandonou a zaga e empatou. O Treze conseguiu a virada. Era pouco. Faltava um gol. O estádio Amigão aflito. A desclassificação próxima. A chance de jogar na próxima fase contra o Corinthians, ou o Pirambu, indo para o ralo.

E lá vai Emerson para a área. O paulista Emerson, invertendo a migração e brilhando no Nordeste. Emerson Feliciano de Carvalho, 24 anos, o mesmo Emerson que fez dois gols no clássico contra o Botafogo, em maio do ano passado.

Gol.

Aos 48 minutos do segundo tempo. Treze classificado. E não se fala de outra coisa na Paraíba.

*Sidney Garambone, Jornalista, Na imprensa há 20 anos e com passagens por Jornal do Brasil, O Globo, O Dia e Istoé, é atualmente editor-chefe do Globo Esporte e debatedor do Arena Sportv. Tem mestrado em Relações Internacionais, escreveu três livros( O Caçador de Barangas, em 2000, A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira, em 2003, e Eu, Deus, em 2006) e acha que futebol é cultura.

Um comentário:

DB disse...

De repente, o Treze tá virando moda no cenário futebolístico nacional.
Por isso que eu vim trabalhar hoje com a camisa do Treze, que um certo amigo me deu, em 2004..