sexta-feira, 8 de junho de 2007

Raízes paraibanas

Abaixo republico minha matéria que saiu hoje no Jornal da Paraíba com o volante Denilson, do Arsenal. Os pais e familiares dele são de Alagoa Nova.

Um reencontro com o passado

LEONARDO ALVES ESPECIAL PARA O JP

Somente um fato extraordinário para o programa Prefeitura da Gente, na Rádio Comunitária Pirauá da pequena cidade paraibana de Alagoa Nova, deixar de lado as ações do governo municipal e falar sobre o futebol inglês. Algo como a entrevista de um jogador do todo-poderoso Arsenal, da Inglaterra.

O que poderia ser improvável de acontecer no interior do Nordeste tornou-se real no último sábado graças à visita do volante Denílson, vendido pelo São Paulo ao clube inglês por R$ 14 milhões no ano passado.

A presença do jogador mudou a programação da emissora e agitou uma parte da rotina dos 20 mil habitantes da cidade, localizada a 120 km de João Pessoa. Uma multidão esperava do lado de fora da rádio pela saída do volante. Denílson foi simpático com todos. Deu autógrafos em pedaços de papéis picados, assinou camisas e bonés do São Paulo, distribuiu fotos suas no Arsenal. Até um morador com a camisa do rival Chelsea ganhou um abraço do jogador.

Denílson está na Paraíba desde sexta-feira à tarde. Depois de 15 dias em São Paulo ao lado do pai e dos irmãos, decidiu viajar à Paraíba para visitar a avó Laura, seis tios e vários primos. “Aqui é muito bom. Todo mundo me respeita, conversa e brinca comigo”, declarou. A única visita de Denílson à cidade foi há 14 anos em seu batizado, na igreja matriz de Santa Ana. “Não lembrava de muita coisa. Somente depois que vi a pracinha, me lembrei que joguei bola no meio da rua”. O tio Severino José, estranhamente chamado de Bitota, não reconheceu o sobrinho. “Estava jogando baralho. Mandei logo ele sair depois de bater nas minhas costas, sem perceber direito quem era”, contou.

Saudade da comida e do clima do Nordeste

As ladeiras de paralelepípedos e as casas humildes de Alagoa Nova em nada lembram a sofisticada Londres, onde mora sozinho em um bairro próximo ao estádio de Wembley. “Lá a temperatura chega a três graus abaixo de zero. Aqui dizem que faz frio quando chega em 18 graus”, compara. Como todo jovem jogador brasileiro na Europa, motivo de alegria para o jogador na Paraíba é o fato de não ter de atravessar a cidade atrás de comida brasileira, como costuma fazer na capital inglesa.

O volante retornou para São Paulo na noite de terça-feira. Antes, porém, ainda curtiu até 5 horas da manhã o Maior São João do Mundo de Campina Grande. “Aqui é o melhor lugar do mundo. Queria adiar minha volta para São Paulo”, queixou-se, rodeado de parentes. A reapresentação de Denílson ao Arsenal está marcada somente para o dia 3 de julho.

Jogador virou atração em Alagoa Nova


A notícia da presença de Denílson espalhou-se rapidamente pela pacata Alagoa Nova. A partir daí, a tranqüilidade daquela casa no centro da cidade acabou. Fãs que nunca viram o jogador em ação e políticos se acotovelaram na porta da casa da avó para tirar mais fotos. Daí que surgiu o convite para falar na Rádio Comunitária. O atleta do Arsenal ainda participou, no domingo, de um café da manhã com amigos e familiares, promovido pelo prefeito.

À tarde, deu o pontapé inicial no jogo entre os times amadores Grêmio de Alagoa Nova e Vasco de Pedro Velho, que abriu o campeonato intermunicipal. Como já era de se esperar, ele não jogou. Denílson não estava em Alagoa Nova para isso. “O que gosto mesmo de fazer aqui é comer jaca, pinha, todas essas frutas gostosas que não se encontram em Londres”, avisou.

Os pais de Denílson são naturais de Alagoa Nova. Pereira, o pai, foi zagueiro do Campinense e do Nacional de Patos no início da década de 1980. Aos 21 anos, engravidou Luciene Maria, a mãe, nove anos mais nova. Casaram-se em 1984 e dois anos depois foram morar em São Paulo, onde tiveram quatro filhos. Denílson é o segundo. Dois irmãos seguem o mesmo caminho do volante. Genilson, 17 anos, e Railson, 12, são meias das categorias de base do São Paulo.

Luciene morreu em 1999 no momento do nascimento do quinto filho. “O pai criou todos sozinho depois que minha filha morreu. Não foi fácil, mas ele conseguiu dar uma boa educação aos meninos”, elogiou Dona Laura, orgulhosa do genro. A presença do jogador no interior da Paraíba emociona a família. A avó Laura, única que está viva, relembra da filha Luciene. “Olhando para ele, vejo minha filha. Ela queria que Denílson fosse jogador, mas infelizmente Deus a levou e não pôde ver o sonho realizado”, diz com a voz embargada e olhos cheios de lágrimas. Sentando no sofá vermelho da pequena sala, Denílson enxuga os olhos e relembra as palavras do pai: “Ele repetia que eu e meus irmãos precisávamos ser fortes naquele momento”.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Saída

O Nacional de Patos perdeu mais um jogador para o futebol pernambucano. O lateral Arlindo voltou para o Porto de Caruaru.

Arlindo fez boas atuações nesta sua segunda passagem pelo futebol paraibano.

Para quem não está lembrado, Arlindo jogou o segundo turno do Paraibano 2004 pelo Campinense.

À época foi indicado pelo técnico Maurício Simões para substituir Neto, que havia se machucado na final do primeiro turno.

No mesmo ano, Arlindo voltou para o Porto – que detém seus direitos federativos – e chegou a marcar um gol contra a Raposa na segunda fase da Série C, quando o rubro-negro foi desclassificado pelo Porto.