sábado, 28 de abril de 2007

Nota de esclarecimento

O técnico do Treze fala da sua vinda para o Treze, explica fatos, e ainda sobre profissionalismo.

Sobre minha vinda para o Treze...

Os meus 18 anos de trabalho como técnico de futebol foram respaldados por atitudes conscientes e orientações éticas às equipes que estiveram sob meu comando. Não seria diferente agora. Mas quando acusações infundadas que partem de um “profissional” atingem a honra, exigem resposta; não por incomodar a consciência de quem trabalha com seriedade, mas para não permitir que a opinião pública seja mal conduzida, mal esclarecida.
Todos sabem que, este ano, aqui na Paraíba, meu primeiro compromisso foi com o Campinense Clube. Aceitei o desafio e o cumpri, com seriedade, até o fim. O meu objetivo e da minha equipe era, a princípio, classificar o time rubro-negro para o quadrangular do segundo turno. Não conseguimos. A última rodada era decisiva pra todos que disputavam uma vaga na reta final da segunda fase. E os resultados favoreceram o Treze, não por causa de nenhuma “ajuda” indireta, mas pelo próprio resultado do jogo do alvinegro (Treze 4 x 2 Auto Esporte). Não esqueçamos de que um empate da equipe trezeana classificaria o Campinense e esse era um dos motivos pelos quais entrei em campo para VENCER.

JAMAIS faria diferente! “Abrir jogo?” Para um profissional como eu, é impensável. Cada um trabalha em prol de si e de objetivos comuns a uma equipe. E o faço com muita seriedade e consciência de agir corretamente.

Naquele domingo, no intervalo do jogo, na vestiária do Campinense, todos os atletas viram um treinador inconformado com a derrota momentânea. E, energicamente, cobrei e corrigi o posicionamento da minha equipe. Não me importavam os outros resultados nem a cobrança de parte da torcida para “perder” o jogo. Entro em campo pra vencer... E não tomaria, naquela oportunidade, nenhuma atitude que viesse, com pouco tempo depois, manchar o meu trabalho nem o de qualquer profissional que estivesse ali comigo. E fiquei triste quando li a afirmação de um jogador: “Depois (na volta para o segundo tempo) eu entrei sem aquele tesão... Eu não tô nem doido de fazer gol nesse jogo”. Vi, nesse caso, um “profissional” medroso, que não teve uma postura ética de alguém que assume seus atos, mesmo contradizendo sua torcida.
Qualquer torcedor, apaixonado, teria o direito de pedir o que fosse em nome de uma rivalidade entre dois times. Porém, uma equipe profissional tem de agir, sempre, com profissionalismo e respeito ao trabalho que faz.

Naquele domingo, eu vivi a minha derrota e a dor de não ter sido compreendido por quem queria “abrir jogo”. Será que o profissional que pensou nessa possibilidade também não pensou na possibilidade de manchar sua carreira pro resto da vida? Será que alguém também pensou nas imputações criminais ao se “manipular” um jogo de loteria esportiva? Dois jogos do Campeonato Paraibano (Souza x Nacional e Campinense x Desportiva) eram os jogos 10 e 11, respectivamente, do concurso 261 da Loteca.


Vale salientar que até o término do meu compromisso com o Campinense, não havia, de minha parte, acerto nenhum com outro time. E até houve sondagem de outras equipes, mas do Treze, não. O Treze também soube respeitar o profissional que estava no seu comando técnico. Minha vinda para o alvinegro só foi acertada na segunda-feira, dia 23 de abril. Desminto, portanto, o que, levianamente, comenta-se: não me foi oferecido nenhum dinheiro (50 mil reais? 30 para jogadores? 20 para comissão?). Por que o Treze pagaria por um resultado que eu buscava, naturalmente? Eu queria classificar o Campinense e precisava da vitória! Com um “prêmio” desse, eu não precisava arriscar mais nada... Talvez minha opção fosse descansar e esperar a próxima temporada.

Aceitei o desafio de buscar o tri-campeonato alvinegro (e meu tetracampeonato paraibano) com a consciência do dever cumprido do outro lado; com a naturalidade de qualquer profissional que, em não tendo mais compromisso com outro time, estava aberto à negociação com qualquer equipe. Por que não aceitaria? Por receio de me julgarem por nada de errado que cometi? Não sofro influência de opinião de apaixonados, estejam eles onde estiverem. Sou pro-fis-sio-nal!!! E não cabe também presumir qualquer atitude indelicada de uma diretoria que conheço, com a qual já trabalhei, que age com honestidade, respeito e seriedade. E que, por já me conhecer também, sabe da minha postura profissional. Para quem tiver dúvida sobre nossa negociação financeira, abro a minha intimidade e dou o direito de checar, junto à diretoria financeira, recibo assinado, com valor e data de recebimento.

A quem calunia, difama... cabe um processo judicial. Vai recebê-lo! Pela incompreensão de alguns, só me resta lamentar e dizer que continuarei trabalhando com a dedicação de sempre e, sobretudo, com a consciência tranqüila.

Maurício Simões

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